domingo, 5 de dezembro de 2010

Só duas amigas,

         Enquanto a cidade dorme, eu curto meu rock’nroll, enquanto a chuva cai  eu curto meu rock’nroll, tenho pra onde ir, mas gosto daqui, o sofá é quente e as almofadas são confortáveis. No rádio toca um bom punk rock, mas eu penso no Raul. Aquele cara soube exatamente como cativar uma guria, mesmo alguns anos depois de morto. Inferno! Hoje o sol não vai se pôr. Eu vou trabalhar, vou plantar o que puder e depois cuidarei do que plantei. Lerei um livro, e não vou esperar muito de mim mesma, sugiro que você faça o mesmo. Digamos que hoje, o dia é meu. Estou de férias, mas não vou viajar, não ainda. Talvez eu vá. Mas vou sozinha. Vou pra qualquer lugar, gastarei meu dinheiro em coisas inúteis. Talvez num bar, só precisarei de companhia. Pelo menos no Natal, torrar minha grana em cerveja e chocolate. Ah! Isso já aconteceu uma vez, acredite amiga, nunca vou esquecer. Um dos melhores natais da minha vida. Não por causa da cerveja, não por causa da chuva, e nem por causa do chocolate. Por causa de você, e da nossa amizade. Só por estarmos lá. Aqueles momentos que o vento não levou. Eu sei disso. Ainda acredito naquele tempo, em que idealizávamos a vida, e as pessoas. Passou. Pronto. É passado. Mas foi importante pra mim. Ainda lembro de tudo aquilo. E amo essas lembranças.

PS.: Essa foi da guria do bar, pra guria do 63. ;D

Sweet, sweet little Ramona

            Então, eu tava deitada na minha cama, ouvindo a chuva que batia sem cessar na minha janela e no telhado. Era um som maneiro, lembrava uma bateria.
Ontem eu cheguei tarde, levemente alcoolizada. Nada muito significativo, apenas “alegre”. Acho que finalmente meus pais passaram a confiar em mim. Isso é bom, na verdade é ótimo. Ontem eu precisava beber, sair com os amigos. Fui chutada pra escanteio. Eu tinha um encontro, mas ele cancelou. Nem ligou, só mandou um torpedo. E deu. Fácil assim. Tentei ficar brava. Mas não consegui. Não mesmo. Tava tudo bem comigo. Eu tava me sentindo bonita, só pelo que sou. Pela primeira vez em muito tempo, estou escrevendo alguma coisa sóbria, só Por escrever. Os guris me trouxeram pra casa, a gente tava feliz. Falando bobagem depois da meia noite. É bom tê-los em minha vida. Hoje eu vejo como é bom.
           Eu dormi muito hoje, e agora to sem sono. Já passam das 23:00h e eu não tenho pra onde ir. O PC ta sem internet, eu não disse tchau pro pessoal do MSN. Tive uma das conversas mais divertidas dos últimos meses, com um cara que eu nunca tinha visto. Ele é legal! HAHAHAHA – não fiquei afim dele, não mesmo. Mas gostei do carinha, que culpa eu tenho se ele tem cabelo grande. Meu quarto tá uma zona, mas eu não vou arrumar, hoje não. To ouvindo Kansas no celular. Na verdade eu queria ouvir Ramones, mas o cd tá no carro, e eu não to afim de ir lá buscar. Não mesmo!
           Agora parou de chover. E eu ouço Beatles, incrível como eu curto os Garotos de Liverpool, todos curtem. Ei, ia vamos lá! Stephen King disse que o homem planta o que pode, e cuida do que plantou. Eu concordo com ele, principalmente numa noite tão solitária. Em meados de 05 de dezembro. Esse ano minha casa não vai ter decoração de natal. Mas eu não me importo. Acho que estou crescendo, amadurecendo. A saudade já não me consome, não como antes. Não odeio mais o mundo, e nem a mim mesma. Aos poucos estou encontrando a paz interior. Nos meus livros, nos meus discos, no meu rock’nroll. Deixei de idealizar certas coisas, e as pessoas. Não acredito mais em nada. Só em mim mesma. Tudo está consumado. The Scarlet Rose is Die. Foi o Tobias que disse, e ela não voltará. Precisamos fazer um mantra ou uma oração, pedir que os deuses nos ajudem. “Quando estiver sozinha, entregue-me seu corpo porque a sua alma já é minha”. Foi a coisa mais bonita que me falaram hoje. Acredite.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Escadaria para o Céu

         Enquanto corria, pude ouvir os sons emitidos pelo Lobo, sempre eufórico e agressivo. Eu precisava sair, ir lá fora, olha a Noite, mas algo me aprisionava dentro de casa, dentro de mim. Na verdade eu não queria sair, o lugar onde eu estava era mais seguro. Mais aconchegante. Mas assim mesmo, eu fui, precisava verificar se os portões estavam devidamente fechados, eu levava o Freud*, só por precaução. Então notei que a rua estava completamente vazia. Deserta. As luzes nos postes piscavam com freqüência, uma rua tão pacata. As arvorezinhas enfileiradas me lembraram um filme americano. Aquela rua, aquela cidadezinha do interior - com pose de cidade grande, mas assim mesmo provinciana - poderia ter sido cenário de um crime. E o dia seguinte poderia ser o dia que L.s não viu nascer. Nada como uma noite quente e vazia para nos encher de idéias. Fechei o portão que faltava. E, uma coisa me chamou a atenção, havia luzinhas de Natal numa das casas da vizinhança. Diabo! Eu nunca havia reparado em como elas se tornam tão irritantes numa noite vazia e quente. Aí, voltei correndo para dentro de casa, pude ouvir os latidos do Lobo, mas aqui dentro, é mais seguro!
          Precisava de um banho. A água estava quente, mas eu nem liguei. Algumas partes do meu corpo doíam, mas eu não me importava. Ao fundo, podia ouvir meu irmão tocando guitarra, ao som de Cannon Rock. A única coisa que eu sentia era o gosto de amendoim na garganta. Parece que meu organismo não reage muito bem após diversas paçocas.
           Debaixo do chuveiro, agora ouvindo apenas o som da água batendo em meu corpo e a minha profunda respiração. Pensava em arte, música e filosofia. Ah! Mal poso expressar, me senti tão feliz ao ver meu rosto espinhento e meu cabelo cacheado, porque alem disso, meus olhos, que eram pura arte, música e filosofia! Após o momento narcizista, só pensei em Kant. Pobre Kant, que fez tanto por nós e muitos só lembram que ele impossibilitou a metafísica. Mas quem se importa com metafísica e Kant, quando se pode pendurar luzinhas na janela. Malditas luzinhas. Só eu sei o quanto elas tem o poder de me irritar.

domingo, 21 de novembro de 2010

Just sometimes

Só posso sentir o frio,
E no espelho, reflete apenas a solidão.
No escuro deste quarto, só me resta o vazio.
Nada, nada além de um coração,
Um coração que insiste em continuar a bater...

Já não posso controlar,
Ouço os teus passos, e isso me angustia.
Tenho medo de ti,
Ó solidão que me confina
Vejo as tuas feições,
Mas é escura a tua retina,
E não posso evitar,
Minha pele arrepia, meu coração pulsa em imaginar,
É você que desejo, é você que procuro,
E, num instante, ouço um som que me alucina,
Vejo o vulto que me assusta,
E de repente,
Volta apenas o vazio novamente.

No escuro deste quarto, só um coração que insiste em bater.

Piece of My Heart

Eu adoro essa menina.

(Leia nas entrelinhas, olhe através dos olhos dela e você vai amá-la também)

O vento selvagem já está soprando
A dor se tornou insuportável
Um dia eu vou ter você aqui comigo
Porque eu preciso disso, e "Eu quero tentar fazer você a pessoa mais feliz do mundo"


(Escrito de um amigo, que eu realmente amo!)

Balão de Chumbo, alcool, e outras coisas mais.

E era escuro, e era frio. E lá estava eu olhando pro Nada e esperando por Ninguém. Ah, no que eu pensava? EU pensava em arte... pensava nos urubus que tinha virado arte na Bienal em São Paulo. Entende como eu me sinto? Não. Eu não sei compor, eu não sei recitar, eu não sei filosofar. Se você me perguntar sobre o que eu escrevo, lhe responderei o seguinte: “Eu escrevo sobre o Nada!” (?). Isso até se mostra como uma forma de niilismo. Mas é realmente isso. Ou não. Não! E eu estou enfatizando isso, porque de alguns textos que li hoje, dois, estavam relacionados à esse niilismo, que é exatamente o nada- e o que realmente não faz sentido. Eu pude ver a mim. Sentada na área de casa, sentindo um tremendo frio, mas sem vontade de sair dali, porque aquele momento me trouxe paz. Era escuro e não haviam estrelas no céu. Então naquele momento eu senti o abraço apertado da minha mãe. Eu senti o perfume dela, que era doce. E imaginei ela. Isso durou muito pouco, mas poderia jurar que senti o cheiro dela. Noutro momento estava eu, parada no ponto de ônibus, ao lado de muitos adolescentes, -da minha idade- que aguardavam eufóricos ou cansados o admirável Transporte Urbano, mas nenhum deles entende como eu me sinto. Pois eu não sinto nada. Só percebo que as coisas boas da vida estão se indo, e deixaram profundas marcas na minha alma. Minha melhor amiga se foi, a outra também, e a outra está se afastando cada dia mais. Esse meu momento tem até trilha sonora, que é interpretada pelo Tequila, “sinto que existe agora, uma distancia bem maior entre nos dois, maior que o inferno e o céu...” e o resto não importa. Depois, imaginei-me em casa, sentada no sofá, ouvindo Wander Wildner- as musicas dele são uma droga, mas eu gosto-, e, do nada eu pego a vassoura, e simulo que estou num show, estou no palco, e a vassoura é a minha guitarra, bato descontroladamente nas cerdas verdes, como se realmente pudesse extrair sons dessa minha guitarra. Me jogo no chão, imaginando como Steve Vai faria, e lá fico. Quando caio na real, começo a rir, como uma lunática, sem motivos. Mas de repente tudo isso se dissipa e eu estou deitada na cama, ela tem um cheiro bom. Estou abraçando um travesseiro, buscando o sono que não vem. Levanto, vou até a cozinha e pego uma garrafa de vodca, e tomo alguns goles. Minha boca amortece e volto para a cama. Fico lá, imaginando coisas. Ouço Led Zeppelin no fone de ouvidos, o volume é muito alto para uma noite silenciosa, posso até sentir meus tímpanos vibrando eloquentemente. Adormeço mesmo com o som alto. E... cá estou eu agora, sentada no chão do meu quarto, com uma perna erguida, olhando pras paredes azuis, e pro pôster dos Beatles que ocupa a minha parede. Olho pra cima da cama, e vejo o violão... me arisco a toca-lo novamente, mas sei que não sairão melodias. Posso ouvir Axl sussurrar, no meu ouvido, o som está desligado, mas ele falou, e só eu ouvi. “Vivo sempre no limite - um lugar muito, muito perigoso...” Talvez agora até meu quarto seja um lugar perigoso para mim. Mas eu vivo no limite.

domingo, 26 de setembro de 2010

Um-fim-de-tarde-quase-noite

A meia luz do fim de tarde penetrava pela janela do meu quarto, tornando o ambiente, como poderia descrever: “sombrio”. É, talvez. Eu ali, sentada sobre a minha cama, com o violão nos braços, batendo nas cordas descompassadamente. “Nunca consegui extrair melodias de ti mesmo!”. Sussurrava para mim mesma, enquanto procurava um papel e uma caneta para tentar descrever com meras palavras quão único tornou-se esse momento. O sol já se pôs, e o único som audível é o das aves noturnas que seguem seu destino. E rondam esse meu momento. Tão triste. Tão único. Tão meu...

sábado, 25 de setembro de 2010

Mais coisas sem sentido... Sem Sentido. Mesmo.




Um lixo. Um nada. Uma merda nenhuma. É assim que eu acordo numa manhã qualquer. De uma semana infeliz. Numa primavera que tem tudo para ser feliz. Tudo. Mas não é... No silêncio dos meus medos busco te esquecer. Não. É na emoção do meu desespero que busco te encontrar. Mentira. Pro inferno com você e toda essa futilidade dos meus atos. Estou triste e o sol brilha no céu azul. A tristeza me veio simplesmente. E o tempo, o tempo passa lentamente.  Não sonho mais, nem durmo às vezes. A realidade se mostra dissipada. Claramente alternada. Ou não. E os dias continuam a passar. Envelheço. Nada mudou. Mentira. Tudo mudou. Alguma coisa ficou pra traz. Não. Não sei. Meus sonhos envelheceram. E as coisas se encaixaram. Não. Nada se encaixou. A vida continua uma merda. Os sonhos continuam a morrer. Agora o sol não brilha como antes. e vejo a chuva cair pela vidraça, lentamente. E ela vai embora, levando o que restou dos meus sonhos que já não existem mais. Deito na cama vazia, e logo adormeço. E o sonho vem... Vejo um pátio vazio, com uma árvore apenas. Com umas poucas folhas fixas, o vento ainda não as levou. E vejo presa a árvore uma bela flor amarela. Lost in Silence.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Escritos II

Carregue-me! Não consigo seguir em frente.
E não tenho a quem me agarrar,
Apenas suplico que você me ajude...
Após isso, serei eternamente grata, pois no momento em que precisei, foi você quem me ajudou, nos tornaremos amigos, e viveremos próximos por um tempo, e só. Depois você vai seguir teu caminho, eu o meu. Vamos ir pra diferentes universidades, você vai pra outra cidade. Nos veremos no verão. Vamos conversar sobre assuntos triviais. Nada muito íntimo, afinal nos distanciamos. Mas num verão, você vem sozinho. Sua esposa foi pra casa dos pais dela. Você vem me ver. Afinal, nós somos amigos. Te convido pra ir a um bar, (aquele que costumávamos freqüentar na adolescência), aquele que traz muitas lembranças, o mesmo em que sentávamos e ficávamos imaginando nosso futuro. Ali mesmo, em que aos 16 anos você me roubou um beijo. Vamos sentar no mesmo lugar de sempre. E o dono do bar nos reconhece. Ele pergunta se você conseguiu realizar seu sonho, de em sete anos conseguir um emprego, uma casa, um carro e se casar comigo. Você fica sem jeito. Apenas sorri. Eu rio também. Ficamos por um tempo, sem falar nada, apenas olhando para as luzes da cidade. Você propõe que demos uma volta na praça. Eu concordo, saímos caminhando lentamente pela rua. Falamos sobre o passado, lembramos de nossos sonhos e medos. Sentamos na escada da igreja. Já passam das 22 h, e logo precisaremos ir pra casa. Não. Não precisamos ir agora, você me diz. Eu digo que você tem razão, nós não temos mais 16 anos, não precisamos dar satisfação de nossas vidas, pra ninguém. Ninguém. Você se desculpa. Por não ter conseguido cumprir sua promessa. Eu digo que isso não importa. Que passou. Que acabou. Você diz que não precisava ser assim. Não. Não precisava mesmo. O álcool fala alto dentro de mim. Eu digo que nosso futuro poderia ser diferente. Você diz que ama sua esposa. Eu não tenho o que dizer. Eu não tenho nem a quem amar.

Escritos I

É nessa depressão que encontro refúgio. “São apenas artistas frustrados, que na bebida encontram o que a vida lhes negou” penso. Enquanto ouço no noticiário sobre a morte de mais um integrante de uma banda de heavy metal. É frio. E encontro a calma numa garrafa de vinho. Fico imaginando meu futuro, sem futilidades ou sonhos inalcançáveis, mas fico um bom tempo perdida nesse mundo. No mundo do meu futuro que não existirá. Num futuro que agora não faz sentido. Frustrada? Talvez. Cadê os objetivos que há tempos tracei? Os anos passaram, e o que restou do Eu? Ora pouco. Ora nada. Em alguns dias, nada me satisfaz. Hoje, especialmente, nada, absolutamente nada me satisfaz. Sinto-me velha, o vinho está quente e ainda não estou bêbada. Queria tê-lo perto de mim. Queria sentir seu cheiro. Queria adormecer ao seu lado. Queria brincar com o teu cabelo, e poder olhar nos teus olhos e dizer, o quanto te acho feio. Fico por um tempo, imaginando essas cenas, eu e você brincando. Sorrindo. Você dormindo na minha cama, e reclamando por minhas promessas serem sempre falsas. Por um tempo viajo nesses sentimentos passados. Estavam eles perdidos na parte mais oculta do meu inconsciente. Fui feliz. Sou feliz. Serei feliz. Mentira. Não sou feliz. Fui enquanto vivi com você. Espero que entenda como me sinto. Na verdade, não. Sei que entenderá sem precisar ler ao menos uma linha. Apenas fitando meus olhos, numa noite qualquer. Sinto tua falta. Mas não vou dar o braço a torcer. O que mais me abala é essa miséria de espírito que você possuí. Essa falta de vontade... Pra viver. Amo você, mas eu o odeio também. Pode entender? Eu o amo, você é o meu homem. Meu único homem. Mas odeio muitas coisas em você. O que mais odeio é o fato de te amar mais que a mim mesma. E não dominar esse sentimento. Continuo a abafá-lo com socos no colchão sob a minha cama, enquanto espero que você venha. Mas sei que não virá. Odeio amá-lo, e no vinho, mesmo quente é que encontro um pouco de paz. Eu só quero que entenda, sonho noites e dias, com nós dormindo, tão juntos. Assim não precisarei mais abraçar o travesseiro todas as noites. Sei que tu dormes com qualquer mulher. E daí? Não me importo. Não mesmo. Mentira. Eu só suporto. E existo, enquanto espero que bata na minha porta, me abrace apertado. Diga que me ama, e que as coisas se encaixaram. Fora o inverno, e o tempo ruim, as coisas continuam rotineiramente, sem a beleza da música clássica e sem a energia do rock’nroll.  Continuo a existir. E a beber minha garrafa de vinho, que agora já está no final. Preciso de mais. Vou ter de arranjar. É domingo a noite, e estou sozinha. Preciso embriagar-me com o vinho, para esquecer.

domingo, 19 de setembro de 2010

Solidão. Noites frias, um quarto vazio,

...e eu sozinha nesse meu ambiente paralelo, perdido. Bebo um pouco de uísque, logo sinto meus lábios que adormecem, e o álcool, novamente inunda meus pensamentos. Insanos, porém dóceis. No fone de ouvidos, ouço um som pesado, com letras sem sentido. É que num sábado à noite, depois de meia garrafa de uísque, e pensamentos que se alternam, parece que o mundo pouco se fode pra você.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Sofia.

Ela poderia ter todos os rapazes da corte. Sofia. Uma linda jovem, determinada e com uma personalidade digamos, "forte". Sofia pode escolher qualquer príncipe, desde o mais charmoso e elegante ao mais inteligente ou simpático, o mais interessante e bonito ou o mais sedutor e intelectual. Mas NÃO. Sofia não queria saber de nenhum desses. Ela queria um cara "errado", o maior canalha e imbecil. Ela queria aquele que partisse seu coração, que não ligasse no dia seguinte. Aquele que a fizesse chorar de raiva, aquele que a fizesse morrer de amor.

Sofia queria aquele que a fizesse subir em sua Harley Davidson e lhe mostrasse o mundo. Aquele que a abraçasse bem forte e gritasse para o mundo que a ama. Aquele que bebesse com ela, e que fosse capaz de lhe arrancar suspiros. Que lhe chamasse de tola quando necessário. Que soubesse apreciar o Sol. Que não dedicasse todo o seu tempo a ela, mas ela ao seu tempo. Aquele que inundasse seus pensamentos e falasse besteiras pra ela rir. Que fosse inteligente e sedutor. Que a comprasse com seu olhar e em troca, receberia um sorriso.

Sofia só quer amar, se apaixonar loucamente e viver essa paixão!


Ela só quer pegar no sono nos braços de seu mentiroso, canalha e idiota. Amado.

Natacha.

        Meu pai sempre me disse “filho, quando for escolher uma mulher pra se casar, ela tem que saber as coisas básicas: lavar, cozinhar, e tem que te satisfazer”.
         E assim os anos se passaram, e eu sempre a procura de uma mulher, com essas qualidades que sempre julguei importantes.
Primeiro, conheci Silvana, simpática, extrovertida, inteligente, uma ótima dona de casa, mas não queria saber de sexo. Logo na segunda semana, a abandonei. Eu queria uma mulher. Para tudo.
         Logo em seguida, foi a Ângela, uma morena de olhos verdes, que era ótima na cama. Mas não sabia fazer nada... e além do mais, nunca dizia que me amava, ou que eu era bom.
         Um tempinho depois, conheci Natacha, uma morena linda, que bebia mais que eu;  já tinha estrada, e na primeira noite já transamos. No outro dia, perguntei se ela sabia cozinhar e lavar... ela respondeu que nunca tinha feito nada disso. Pensei, “foda-se” fiquei com ela assim mesmo. Meu pai que me desculpe. Amo a Natacha como ela é. Agora eu lavo, passo e cozinho pra ela.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Poesia sem estrutura II

No olhar deprimente
O sorriso sarcástico
Teu corpo despido
É esse sonho irreal
Atitude fatal
Substância letal
É esse teu corpo nu
Ouço um gemido
De prazer ou de dor
Teu cheiro inalado
É esse sonho sonhado
Num mundo largado
De lado deixado
Por um pouco de amor.

sábado, 28 de agosto de 2010

Bom é quando faz mal.


Odeio os homens. Não! Eu amo os homens.
Não!
Amor é uma palavra muito forte. Eu apenas gosto dos homens.
Os admiro. Algumas vezes não. Na maioria sim.
Os homens me deixaram assim. Até melancólica por vezes.
Vivo minha vida sossegada. Tenho quem eu amo por perto.
Mas sendo honesta... Sou até um pouco infeliz.
Foram os homens. A culpa é deles. Mentira. A culpa é minha!
Garotos masoquistas. Garotos narcisistas. Garotos inteligentes.
Garotos idiotas. Garotos falsos. Garotos de todos os jeitos.
Garotos que de uma forma ou de outra demonstraram que não gostavam de mim.
No fundo, a culpa não é deles. A culpa é só minha.
Não. A culpa não é de ninguém.
Mas isso é segredo. Sempre é preciso por a culpa em alguém.
É como o bom, que faz mal.

Come together?!




Ela me mata. Mas se for assim, quero morrer.
Todos me abandonam. Ela jamais.
Todos somem por vezes. Ela nunca.
Todos me esquecem. Ela? Não tenho certeza. Talvez esqueça. Não me importo.
Mentira. Me importo sim. Talvez apenas suporte. Isso, eu suporto!
Ah, minha água doce! Largo tudo por ti!
Todos me abandonam, eu eu abandono todos!
Tú me matas aos poucos.
Mas se for assim, quero morrer lentamente.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Música, prosa e poesia


...

Frias tardes de outono,
As folhas secas pelo chão.
Ainda me lembro dos amores,
Dos temores e das paixões.

Sentimentos verdadeiros,
Passageiras ilusões,
Fantasias que se criam
Na passagem dos verões

No céu brilha uma estrela
Que me leva a buscar
Um alguém que eu procuro
E que desejo encontrar.

(...)

Poesia sem estrutura I


Apenas o frio. Estou falando do frio do silêncio. O frio do medo. O frio da solidão. O frio que é convidativo. O frio que é alarmante. O frio que acalma. O frio que agita. O frio que aluciana. 
Odeio o frio. Mentira. Amo o frio.
Não. Não o amo.
Eu não amo nada. Mentira. Eu amo as coisas.
Eu não amo ninguém. Mentira. Eu ainda amo alguém.
Não. Não o amo mais. 
Conheci alguém. Mentira, já conhecia. Mas talvez comece a amá-lo.
Provavelmente não. Que nada. Não preciso amar ninguém.

sábado, 21 de agosto de 2010

O Trabalho, a Vida e a Comida

Já deviam ser umas 7 h da manha, quando me acordei som o sol entrando pela minha janela. A minha mão direita ainda estava dentro da calcinha. Na noite anterior me masturbei até pegar no sono, não que o Julho não fosse bom o suficiente, mas ontem eu não queria vê-lo.

Julho mora há duas quadras da minha casa, ele é gente boa, conversamos sobre quase tudo, mas sempre, sempre acabamos na cama. Eu simplesmente não resisto. Tinha só 17 anos quando o conheci. Forte, corpulento, ele me satisfaz. Nós teriamos uma relação de irmão se não fosse o sexo. O seu único defeito é fumar. Sempre digo que ele vai morrer antes, por causa disso. Mas sempre acabo fumando junto com ele.

Droga! pensei.
Saí correndo pro chuveiro, iria me atrasar pro trabalho -de novo-, e nesse eu precisava caprichar, era o 5º em 3 meses.

Me vesti rapidamente com um jeans justo, uma camisa brance e um colete por cima; ah, preciscava enfrentar um salto, (eu odeio salto- isso até me torna menos feminina). É que eu trabalho como secretária numa clínica odontológica, que fica no centro da cidade, por isso utilizo de condução. Tive de correr pra não perder o ônibus, que já estava entulhado de adolescentes cheirando a perfume doce, e vestidos de uma forma ridícula. Pô, é um complô ou um pacto essas calças coloridas? Cadê a noção de moda desses jovens?

Enfim, saltei no meu ponto, e andei 3 quadras à pé. No último verão prometi a mim mesma que iria comprar um carro, mas não consegui parar em um emprego só, desde então, e a fincanceira ainda não liberou o crédito necessário.

Cheguei na clínica faltavam dois minutos para começar meu expediente, e nem café eu havia tomado, Meu chefe já estava na sua sala, quando comecei a analisar a papelada do dia. O Dr Carlos, não é um cara bonito, mas é atraente e me seduz com aquele sorriso perfeito, e um olhar muito profundo, se ele não fosse meu chefe só há uma semana, acho que seria capaz de agarrar ele. Mas nesse dia especialmente, eue stava muito excitada. Minhas pernas tremiam. Um, dois, cinco os pacientes da manhã. Pronto hora do almoço, mas nesse dia resolvi entrar numa dieta.

Fui até a sala do Dr. Carlos, tranquei a porta, me aproximei dele, e sem dizer nenhuma palavra, beijei-lhe os lábios. E fodemos ali mesmo.

Acabou o horário de almoço, nos vestimos e a tarde seguiu como de costume. Às 17 h, fim de expediente, eu e Dr, Carlos saímos juntos, falamos sobre trabalho e nada mais.

Ele é casado, e eu tenho um gato pra amar.

O que é ser "normal"?



Segundo a sociedade em que vivo, dias de estresse, correria e desigualdade, ser normal significa "seguir o que a sociedade propõe". Usar calças coloridas, ter músicas do restart no ipod, cortar o cabelo com navalha, usar uma franja lambida pro lado, usar aquelas mochilas da company cor-de-rosa ou verde limão. Isso é ser normal, é passar horas na frente do PC, no msn.. É deixar de beber com os amigos, é não assistir mais a filmes, é ter uma rotina.

A sociedade julga errado, a sociedade molda.

Vejo cenas que são revoltantes, pais proibem seus filhos de ouvir Rock'nRoll, mas os deixam ouvir Emocore, proibem de usar camisetas do Iron Maiden, mas compram calças coloridas, proibem seus filhos de ir a um show do Motorocker, mas compram ingressos pro Luan Santana.

Entendem que ouvir Heavy Metal se torna tão prejudicial, como usar drogas. Ou aderir ao homossexualismo. O que eles não entendem é que ouvir Heavy Metal é criar uma personalidade, é buscar o melhor de si, é ser realmente diferente, é não aceitar o que a sociedade impõe. E se não aceitarmos a sociedade, nos tornamos "errados",  em outras palavras, a gente só se fode.

Mas se for pra ser assim, prefiro ser vista como a "estranha" do que ter que aderir à essas modinhas. Não largo mão da camisetas de banda, nem do som pesado no ipod. Isso caracteriza como Eu sou. E não vou mudar. Nunca.
Naquela manhã eu acordei realmente puta. Revoltada. Olhei para o meu quarto e o desânimo foi ainda maior, havia um cara deitado na minha cama, eu nem sabia o nome dele. Analisei todos os detalhes, o quarto era o meu, minhas roupas jogadas num canto, as coisas que estavam sob meu balcão, agora estavam jogadas no chão. Observei o cara que estava dormindo ao meu lado, ele era bonito, devia ter uns 20 e poucos, jovem um físico invejável, mas um detalhe me deixou pensativa: ele estava usando meias, as minhas meias!
Pensei comigo mesma, "Eu sou uma mulher madura, uma jornalista premiada e de sucesso, e não trasei com um cara que usa meias durante o sexo, ainda mais meias me mulher", devo estar sonhando, foi a única solução.
Mas eu não estava.
Levantei calmamente, fui até a cozinha preparar um pouco de café, comecei a pensar como havia sido a noite anterior, eu geralmente lembrava de tudo na manhã seguinte, mas dessa vez tudo estava meio, como posso dizer, confuso.
Nem fiz muito esforço para lembrar,e  também, sou uma mulher independente, tenho a minha casa, meu carro, minha vida, durmo com quem eu quiser.
Mas só uma coisa ainda me perturbava, porquê diabos o carinha fazia sexo de meias?

Apenas o Vazio



Noites de um inverno vazio. Vejo minha doce solidão que me acalenta. A bagunça do único ambiente que chamo de meu, é convidativa. O álcool no meu sangue já não produz o mesmo efeito de antes.

O pôster na parede traduz o sorriso sarcástico de Paul. E a poeira nos móveis, ah está apenas me lembra quão velha estou ficando. Os belos ursos sorridentes, ensacados sob o guarda-roupas, o violão num canto, há tempos não o toco, a saudade é grande, mas a acomodação é maior. Vejo tantos textos que ora escrevi, mas hoje não mostram nada que se enquadre ao meu psicológico jovem, porém abalado.

A cada dia percebo que venho perdendo a sensibilidade. Não choro mais como antes, não aprecio o sol poente, não sinto o perfume das flores. Apenas existo. E corro. Meu ônibus não me espera, preciso me apurar.