domingo, 5 de dezembro de 2010

Sweet, sweet little Ramona

            Então, eu tava deitada na minha cama, ouvindo a chuva que batia sem cessar na minha janela e no telhado. Era um som maneiro, lembrava uma bateria.
Ontem eu cheguei tarde, levemente alcoolizada. Nada muito significativo, apenas “alegre”. Acho que finalmente meus pais passaram a confiar em mim. Isso é bom, na verdade é ótimo. Ontem eu precisava beber, sair com os amigos. Fui chutada pra escanteio. Eu tinha um encontro, mas ele cancelou. Nem ligou, só mandou um torpedo. E deu. Fácil assim. Tentei ficar brava. Mas não consegui. Não mesmo. Tava tudo bem comigo. Eu tava me sentindo bonita, só pelo que sou. Pela primeira vez em muito tempo, estou escrevendo alguma coisa sóbria, só Por escrever. Os guris me trouxeram pra casa, a gente tava feliz. Falando bobagem depois da meia noite. É bom tê-los em minha vida. Hoje eu vejo como é bom.
           Eu dormi muito hoje, e agora to sem sono. Já passam das 23:00h e eu não tenho pra onde ir. O PC ta sem internet, eu não disse tchau pro pessoal do MSN. Tive uma das conversas mais divertidas dos últimos meses, com um cara que eu nunca tinha visto. Ele é legal! HAHAHAHA – não fiquei afim dele, não mesmo. Mas gostei do carinha, que culpa eu tenho se ele tem cabelo grande. Meu quarto tá uma zona, mas eu não vou arrumar, hoje não. To ouvindo Kansas no celular. Na verdade eu queria ouvir Ramones, mas o cd tá no carro, e eu não to afim de ir lá buscar. Não mesmo!
           Agora parou de chover. E eu ouço Beatles, incrível como eu curto os Garotos de Liverpool, todos curtem. Ei, ia vamos lá! Stephen King disse que o homem planta o que pode, e cuida do que plantou. Eu concordo com ele, principalmente numa noite tão solitária. Em meados de 05 de dezembro. Esse ano minha casa não vai ter decoração de natal. Mas eu não me importo. Acho que estou crescendo, amadurecendo. A saudade já não me consome, não como antes. Não odeio mais o mundo, e nem a mim mesma. Aos poucos estou encontrando a paz interior. Nos meus livros, nos meus discos, no meu rock’nroll. Deixei de idealizar certas coisas, e as pessoas. Não acredito mais em nada. Só em mim mesma. Tudo está consumado. The Scarlet Rose is Die. Foi o Tobias que disse, e ela não voltará. Precisamos fazer um mantra ou uma oração, pedir que os deuses nos ajudem. “Quando estiver sozinha, entregue-me seu corpo porque a sua alma já é minha”. Foi a coisa mais bonita que me falaram hoje. Acredite.

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