segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Escritos II

Carregue-me! Não consigo seguir em frente.
E não tenho a quem me agarrar,
Apenas suplico que você me ajude...
Após isso, serei eternamente grata, pois no momento em que precisei, foi você quem me ajudou, nos tornaremos amigos, e viveremos próximos por um tempo, e só. Depois você vai seguir teu caminho, eu o meu. Vamos ir pra diferentes universidades, você vai pra outra cidade. Nos veremos no verão. Vamos conversar sobre assuntos triviais. Nada muito íntimo, afinal nos distanciamos. Mas num verão, você vem sozinho. Sua esposa foi pra casa dos pais dela. Você vem me ver. Afinal, nós somos amigos. Te convido pra ir a um bar, (aquele que costumávamos freqüentar na adolescência), aquele que traz muitas lembranças, o mesmo em que sentávamos e ficávamos imaginando nosso futuro. Ali mesmo, em que aos 16 anos você me roubou um beijo. Vamos sentar no mesmo lugar de sempre. E o dono do bar nos reconhece. Ele pergunta se você conseguiu realizar seu sonho, de em sete anos conseguir um emprego, uma casa, um carro e se casar comigo. Você fica sem jeito. Apenas sorri. Eu rio também. Ficamos por um tempo, sem falar nada, apenas olhando para as luzes da cidade. Você propõe que demos uma volta na praça. Eu concordo, saímos caminhando lentamente pela rua. Falamos sobre o passado, lembramos de nossos sonhos e medos. Sentamos na escada da igreja. Já passam das 22 h, e logo precisaremos ir pra casa. Não. Não precisamos ir agora, você me diz. Eu digo que você tem razão, nós não temos mais 16 anos, não precisamos dar satisfação de nossas vidas, pra ninguém. Ninguém. Você se desculpa. Por não ter conseguido cumprir sua promessa. Eu digo que isso não importa. Que passou. Que acabou. Você diz que não precisava ser assim. Não. Não precisava mesmo. O álcool fala alto dentro de mim. Eu digo que nosso futuro poderia ser diferente. Você diz que ama sua esposa. Eu não tenho o que dizer. Eu não tenho nem a quem amar.

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