domingo, 26 de setembro de 2010

Um-fim-de-tarde-quase-noite

A meia luz do fim de tarde penetrava pela janela do meu quarto, tornando o ambiente, como poderia descrever: “sombrio”. É, talvez. Eu ali, sentada sobre a minha cama, com o violão nos braços, batendo nas cordas descompassadamente. “Nunca consegui extrair melodias de ti mesmo!”. Sussurrava para mim mesma, enquanto procurava um papel e uma caneta para tentar descrever com meras palavras quão único tornou-se esse momento. O sol já se pôs, e o único som audível é o das aves noturnas que seguem seu destino. E rondam esse meu momento. Tão triste. Tão único. Tão meu...

sábado, 25 de setembro de 2010

Mais coisas sem sentido... Sem Sentido. Mesmo.




Um lixo. Um nada. Uma merda nenhuma. É assim que eu acordo numa manhã qualquer. De uma semana infeliz. Numa primavera que tem tudo para ser feliz. Tudo. Mas não é... No silêncio dos meus medos busco te esquecer. Não. É na emoção do meu desespero que busco te encontrar. Mentira. Pro inferno com você e toda essa futilidade dos meus atos. Estou triste e o sol brilha no céu azul. A tristeza me veio simplesmente. E o tempo, o tempo passa lentamente.  Não sonho mais, nem durmo às vezes. A realidade se mostra dissipada. Claramente alternada. Ou não. E os dias continuam a passar. Envelheço. Nada mudou. Mentira. Tudo mudou. Alguma coisa ficou pra traz. Não. Não sei. Meus sonhos envelheceram. E as coisas se encaixaram. Não. Nada se encaixou. A vida continua uma merda. Os sonhos continuam a morrer. Agora o sol não brilha como antes. e vejo a chuva cair pela vidraça, lentamente. E ela vai embora, levando o que restou dos meus sonhos que já não existem mais. Deito na cama vazia, e logo adormeço. E o sonho vem... Vejo um pátio vazio, com uma árvore apenas. Com umas poucas folhas fixas, o vento ainda não as levou. E vejo presa a árvore uma bela flor amarela. Lost in Silence.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Escritos II

Carregue-me! Não consigo seguir em frente.
E não tenho a quem me agarrar,
Apenas suplico que você me ajude...
Após isso, serei eternamente grata, pois no momento em que precisei, foi você quem me ajudou, nos tornaremos amigos, e viveremos próximos por um tempo, e só. Depois você vai seguir teu caminho, eu o meu. Vamos ir pra diferentes universidades, você vai pra outra cidade. Nos veremos no verão. Vamos conversar sobre assuntos triviais. Nada muito íntimo, afinal nos distanciamos. Mas num verão, você vem sozinho. Sua esposa foi pra casa dos pais dela. Você vem me ver. Afinal, nós somos amigos. Te convido pra ir a um bar, (aquele que costumávamos freqüentar na adolescência), aquele que traz muitas lembranças, o mesmo em que sentávamos e ficávamos imaginando nosso futuro. Ali mesmo, em que aos 16 anos você me roubou um beijo. Vamos sentar no mesmo lugar de sempre. E o dono do bar nos reconhece. Ele pergunta se você conseguiu realizar seu sonho, de em sete anos conseguir um emprego, uma casa, um carro e se casar comigo. Você fica sem jeito. Apenas sorri. Eu rio também. Ficamos por um tempo, sem falar nada, apenas olhando para as luzes da cidade. Você propõe que demos uma volta na praça. Eu concordo, saímos caminhando lentamente pela rua. Falamos sobre o passado, lembramos de nossos sonhos e medos. Sentamos na escada da igreja. Já passam das 22 h, e logo precisaremos ir pra casa. Não. Não precisamos ir agora, você me diz. Eu digo que você tem razão, nós não temos mais 16 anos, não precisamos dar satisfação de nossas vidas, pra ninguém. Ninguém. Você se desculpa. Por não ter conseguido cumprir sua promessa. Eu digo que isso não importa. Que passou. Que acabou. Você diz que não precisava ser assim. Não. Não precisava mesmo. O álcool fala alto dentro de mim. Eu digo que nosso futuro poderia ser diferente. Você diz que ama sua esposa. Eu não tenho o que dizer. Eu não tenho nem a quem amar.

Escritos I

É nessa depressão que encontro refúgio. “São apenas artistas frustrados, que na bebida encontram o que a vida lhes negou” penso. Enquanto ouço no noticiário sobre a morte de mais um integrante de uma banda de heavy metal. É frio. E encontro a calma numa garrafa de vinho. Fico imaginando meu futuro, sem futilidades ou sonhos inalcançáveis, mas fico um bom tempo perdida nesse mundo. No mundo do meu futuro que não existirá. Num futuro que agora não faz sentido. Frustrada? Talvez. Cadê os objetivos que há tempos tracei? Os anos passaram, e o que restou do Eu? Ora pouco. Ora nada. Em alguns dias, nada me satisfaz. Hoje, especialmente, nada, absolutamente nada me satisfaz. Sinto-me velha, o vinho está quente e ainda não estou bêbada. Queria tê-lo perto de mim. Queria sentir seu cheiro. Queria adormecer ao seu lado. Queria brincar com o teu cabelo, e poder olhar nos teus olhos e dizer, o quanto te acho feio. Fico por um tempo, imaginando essas cenas, eu e você brincando. Sorrindo. Você dormindo na minha cama, e reclamando por minhas promessas serem sempre falsas. Por um tempo viajo nesses sentimentos passados. Estavam eles perdidos na parte mais oculta do meu inconsciente. Fui feliz. Sou feliz. Serei feliz. Mentira. Não sou feliz. Fui enquanto vivi com você. Espero que entenda como me sinto. Na verdade, não. Sei que entenderá sem precisar ler ao menos uma linha. Apenas fitando meus olhos, numa noite qualquer. Sinto tua falta. Mas não vou dar o braço a torcer. O que mais me abala é essa miséria de espírito que você possuí. Essa falta de vontade... Pra viver. Amo você, mas eu o odeio também. Pode entender? Eu o amo, você é o meu homem. Meu único homem. Mas odeio muitas coisas em você. O que mais odeio é o fato de te amar mais que a mim mesma. E não dominar esse sentimento. Continuo a abafá-lo com socos no colchão sob a minha cama, enquanto espero que você venha. Mas sei que não virá. Odeio amá-lo, e no vinho, mesmo quente é que encontro um pouco de paz. Eu só quero que entenda, sonho noites e dias, com nós dormindo, tão juntos. Assim não precisarei mais abraçar o travesseiro todas as noites. Sei que tu dormes com qualquer mulher. E daí? Não me importo. Não mesmo. Mentira. Eu só suporto. E existo, enquanto espero que bata na minha porta, me abrace apertado. Diga que me ama, e que as coisas se encaixaram. Fora o inverno, e o tempo ruim, as coisas continuam rotineiramente, sem a beleza da música clássica e sem a energia do rock’nroll.  Continuo a existir. E a beber minha garrafa de vinho, que agora já está no final. Preciso de mais. Vou ter de arranjar. É domingo a noite, e estou sozinha. Preciso embriagar-me com o vinho, para esquecer.

domingo, 19 de setembro de 2010

Solidão. Noites frias, um quarto vazio,

...e eu sozinha nesse meu ambiente paralelo, perdido. Bebo um pouco de uísque, logo sinto meus lábios que adormecem, e o álcool, novamente inunda meus pensamentos. Insanos, porém dóceis. No fone de ouvidos, ouço um som pesado, com letras sem sentido. É que num sábado à noite, depois de meia garrafa de uísque, e pensamentos que se alternam, parece que o mundo pouco se fode pra você.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Sofia.

Ela poderia ter todos os rapazes da corte. Sofia. Uma linda jovem, determinada e com uma personalidade digamos, "forte". Sofia pode escolher qualquer príncipe, desde o mais charmoso e elegante ao mais inteligente ou simpático, o mais interessante e bonito ou o mais sedutor e intelectual. Mas NÃO. Sofia não queria saber de nenhum desses. Ela queria um cara "errado", o maior canalha e imbecil. Ela queria aquele que partisse seu coração, que não ligasse no dia seguinte. Aquele que a fizesse chorar de raiva, aquele que a fizesse morrer de amor.

Sofia queria aquele que a fizesse subir em sua Harley Davidson e lhe mostrasse o mundo. Aquele que a abraçasse bem forte e gritasse para o mundo que a ama. Aquele que bebesse com ela, e que fosse capaz de lhe arrancar suspiros. Que lhe chamasse de tola quando necessário. Que soubesse apreciar o Sol. Que não dedicasse todo o seu tempo a ela, mas ela ao seu tempo. Aquele que inundasse seus pensamentos e falasse besteiras pra ela rir. Que fosse inteligente e sedutor. Que a comprasse com seu olhar e em troca, receberia um sorriso.

Sofia só quer amar, se apaixonar loucamente e viver essa paixão!


Ela só quer pegar no sono nos braços de seu mentiroso, canalha e idiota. Amado.

Natacha.

        Meu pai sempre me disse “filho, quando for escolher uma mulher pra se casar, ela tem que saber as coisas básicas: lavar, cozinhar, e tem que te satisfazer”.
         E assim os anos se passaram, e eu sempre a procura de uma mulher, com essas qualidades que sempre julguei importantes.
Primeiro, conheci Silvana, simpática, extrovertida, inteligente, uma ótima dona de casa, mas não queria saber de sexo. Logo na segunda semana, a abandonei. Eu queria uma mulher. Para tudo.
         Logo em seguida, foi a Ângela, uma morena de olhos verdes, que era ótima na cama. Mas não sabia fazer nada... e além do mais, nunca dizia que me amava, ou que eu era bom.
         Um tempinho depois, conheci Natacha, uma morena linda, que bebia mais que eu;  já tinha estrada, e na primeira noite já transamos. No outro dia, perguntei se ela sabia cozinhar e lavar... ela respondeu que nunca tinha feito nada disso. Pensei, “foda-se” fiquei com ela assim mesmo. Meu pai que me desculpe. Amo a Natacha como ela é. Agora eu lavo, passo e cozinho pra ela.