domingo, 5 de dezembro de 2010

Só duas amigas,

         Enquanto a cidade dorme, eu curto meu rock’nroll, enquanto a chuva cai  eu curto meu rock’nroll, tenho pra onde ir, mas gosto daqui, o sofá é quente e as almofadas são confortáveis. No rádio toca um bom punk rock, mas eu penso no Raul. Aquele cara soube exatamente como cativar uma guria, mesmo alguns anos depois de morto. Inferno! Hoje o sol não vai se pôr. Eu vou trabalhar, vou plantar o que puder e depois cuidarei do que plantei. Lerei um livro, e não vou esperar muito de mim mesma, sugiro que você faça o mesmo. Digamos que hoje, o dia é meu. Estou de férias, mas não vou viajar, não ainda. Talvez eu vá. Mas vou sozinha. Vou pra qualquer lugar, gastarei meu dinheiro em coisas inúteis. Talvez num bar, só precisarei de companhia. Pelo menos no Natal, torrar minha grana em cerveja e chocolate. Ah! Isso já aconteceu uma vez, acredite amiga, nunca vou esquecer. Um dos melhores natais da minha vida. Não por causa da cerveja, não por causa da chuva, e nem por causa do chocolate. Por causa de você, e da nossa amizade. Só por estarmos lá. Aqueles momentos que o vento não levou. Eu sei disso. Ainda acredito naquele tempo, em que idealizávamos a vida, e as pessoas. Passou. Pronto. É passado. Mas foi importante pra mim. Ainda lembro de tudo aquilo. E amo essas lembranças.

PS.: Essa foi da guria do bar, pra guria do 63. ;D

Sweet, sweet little Ramona

            Então, eu tava deitada na minha cama, ouvindo a chuva que batia sem cessar na minha janela e no telhado. Era um som maneiro, lembrava uma bateria.
Ontem eu cheguei tarde, levemente alcoolizada. Nada muito significativo, apenas “alegre”. Acho que finalmente meus pais passaram a confiar em mim. Isso é bom, na verdade é ótimo. Ontem eu precisava beber, sair com os amigos. Fui chutada pra escanteio. Eu tinha um encontro, mas ele cancelou. Nem ligou, só mandou um torpedo. E deu. Fácil assim. Tentei ficar brava. Mas não consegui. Não mesmo. Tava tudo bem comigo. Eu tava me sentindo bonita, só pelo que sou. Pela primeira vez em muito tempo, estou escrevendo alguma coisa sóbria, só Por escrever. Os guris me trouxeram pra casa, a gente tava feliz. Falando bobagem depois da meia noite. É bom tê-los em minha vida. Hoje eu vejo como é bom.
           Eu dormi muito hoje, e agora to sem sono. Já passam das 23:00h e eu não tenho pra onde ir. O PC ta sem internet, eu não disse tchau pro pessoal do MSN. Tive uma das conversas mais divertidas dos últimos meses, com um cara que eu nunca tinha visto. Ele é legal! HAHAHAHA – não fiquei afim dele, não mesmo. Mas gostei do carinha, que culpa eu tenho se ele tem cabelo grande. Meu quarto tá uma zona, mas eu não vou arrumar, hoje não. To ouvindo Kansas no celular. Na verdade eu queria ouvir Ramones, mas o cd tá no carro, e eu não to afim de ir lá buscar. Não mesmo!
           Agora parou de chover. E eu ouço Beatles, incrível como eu curto os Garotos de Liverpool, todos curtem. Ei, ia vamos lá! Stephen King disse que o homem planta o que pode, e cuida do que plantou. Eu concordo com ele, principalmente numa noite tão solitária. Em meados de 05 de dezembro. Esse ano minha casa não vai ter decoração de natal. Mas eu não me importo. Acho que estou crescendo, amadurecendo. A saudade já não me consome, não como antes. Não odeio mais o mundo, e nem a mim mesma. Aos poucos estou encontrando a paz interior. Nos meus livros, nos meus discos, no meu rock’nroll. Deixei de idealizar certas coisas, e as pessoas. Não acredito mais em nada. Só em mim mesma. Tudo está consumado. The Scarlet Rose is Die. Foi o Tobias que disse, e ela não voltará. Precisamos fazer um mantra ou uma oração, pedir que os deuses nos ajudem. “Quando estiver sozinha, entregue-me seu corpo porque a sua alma já é minha”. Foi a coisa mais bonita que me falaram hoje. Acredite.